A importância do estudo epidemiológico
Para interferir de forma incisiva nos fatores que ocasionam doenças ao trabalhador, é preciso saber com exatidão quais são e o que eles causam. Para isso, as empresas podem realizar o estudo epidemiológico, que utiliza pesquisas e análises para descobrir as reais causas dos problemas, de forma a criar mecanismos para preveni-las de forma mais assertiva.
Segundo a Associação Internacional de Epidemiologia, a área compreende o “estudo dos fatores que determinam a frequência e a distribuição das doenças nas coletividades humanas”. É um ramo da saúde pública preocupada em entender a fundo como funcionam as doenças transmissíveis e não transmissíveis, criando mecanismos para evitá-las.
Quando aplicada ao ambiente ocupacional, essa área da medicina contribui para entender os fatores aos quais os indivíduos estão expostos em seu ambiente de trabalho e seus efeitos sobre a saúde. Esse estudo deve ser feito de forma individualizada para cada empresa, pois os modos de trabalho e as características regionais causam efeitos diversos sobre a saúde do trabalhador e, portanto, geram perfis epidemiológicos diversos.
É o caso, por exemplo, do trabalho em minas. Nestes locais é possível identificar diversas doenças que podem afetar os trabalhadores, como asma, hemoptise, dores articulares, pés inchados e acidentes por picadas de aranhas. Mas para saber exatamente quais desses afetam o trabalhador de uma determinada empresa, é preciso realizar o estudo epidemiológico.
Estudo e saúde
De posse desses dados, as empresas podem atuar exatamente na causa do problema. E são muitas as razões para criar ações de promoção de saúde. Um estudo realizado em 1999 pela consultoria Mercer mostrou que o principal fator que contribui para a implantação desse tipo de programa é a diminuição de custos com assistência médica (57%), seguido pela necessidade de melhorar a imagem e a moral da organização (54%) e atrair e reter os melhores empregados (28%).
Segundo a Associação Nacional de Medicina do Trabalho (ANAMT), os resultados dos programas de promoção de saúde têm sido medidos de diversas formas, mas a maneira mais comum de contabilizá-los se dá por meio da redução de alguns problemas específicos, como:
– Controle do peso;
– Pressão arterial;
– Estresse;
– Colesterol;
– Diabetes;
– Doenças com vacinação consagrada;
– Bem-estar;
– Hábitos alimentares;
– Dores nas costas;
– Álcool e drogas;
– Exercício físico;
– Uso de tabaco;
– Direção perigosa;
– Acidentes pessoais.
A ANAMT aponta que o “estilo de vida de cada um é o fator de influência mais controlável da saúde”. Adotar hábitos saudáveis possibilita manter a saúde e ter maior qualidade de vida. Por esse motivo, os programas de promoção de saúde implantados nas empresas buscam modificar pequenas atitudes para trazer benefícios diretos ao trabalhador.
Para as empresas, o investimento também é positivo. Segundo o Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (DIEESE), mais de 180 mil trabalhadores foram afastados em 2014 por doenças ocupacionais, situação que reduz a capacidade produtiva e, consequentemente, a lucratividade. Isso sem falar que o bem-estar dos empregados é essencial para o bom funcionamento de qualquer corporação.