Mães no trabalho: como garantir saúde ocupacional na gestação e pós-parto
Quando uma colaboradora se torna mãe, isso não deveria ser visto como um desafio a ser contornado, mas como uma fase natural da vida. Um momento que pede sensibilidade, respeito e adaptações adequadas para um melhor acolhimento das mães no ambiente de trabalho.
Apoiar a maternidade vai muito além do que determina a legislação. Significa criar uma cultura organizacional acolhedora, segura e humanizada, que reconhece as necessidades físicas, emocionais e sociais dessa mulher. Isso envolve medidas concretas de Saúde e Segurança do Trabalho durante a gestação, o pós-parto e o retorno às atividades, incluindo o suporte à amamentação, a adaptação de funções e a promoção da saúde mental.
Neste artigo, você vai entender como a saúde ocupacional pode contribuir nesse processo, desde a identificação dos riscos específicos para gestantes e lactantes até a construção de soluções personalizadas que promovem bem-estar, engajamento e retenção de talentos. Continue lendo.
Quais riscos ocupacionais devem ser reavaliados para gestantes e lactantes?
A Norma Regulamentadora NR-1 determina que a análise de riscos ocupacionais deve levar em conta as condições específicas de cada colaborador. Durante a gestação e o período de retorno ao trabalho, o corpo da mulher passa por mudanças físicas, hormonais e emocionais que aumentam a vulnerabilidade a determinados riscos. Por isso, é fundamental reavaliar o ambiente de trabalho com esse olhar mais atento.
Entre os principais riscos ocupacionais para gestantes estão:
- Riscos ergonômicos, como longos períodos sentada ou em pé, posturas inadequadas e esforço físico;
- Exposição a agentes químicos e biológicos, dependendo da função;
- Estresse térmico em ambientes com variações de temperatura;
- Riscos psicossociais, como pressão excessiva e assédio moral.
No pós-parto, a mulher ainda está em recuperação e precisa conciliar o trabalho com os cuidados com o bebê. Por causad isso, a avaliação ocupacional deve ser contínua e personalizada, considerando essa nova realidade.
Saúde mental materna é também uma responsabilidade da SST
Segundo o Annual State of Motherhood Report, mães que voltam ao trabalho apresentam níveis mais altos de ansiedade e depressão do que os pais. Já uma pesquisa da Ticket, marca da Edenred Brasil, revelou que 52% das mulheres já sofreram preconceito no trabalho por serem mães, número significativamente maior do que entre os homens (15%).
Esse cenário reforça a importância de políticas de acolhimento adequadas, que contemplem não apenas a adaptação física da colaboradora ao ambiente de trabalho, mas também o suporte emocional necessário para um retorno saudável.
5 práticas para promover um ambiente mais acolhedor às mães trabalhadoras
Acolher mães no ambiente de trabalho exige ações práticas, pensadas a partir da realidade de cada empresa e das atividades desempenhadas. Veja algumas medidas recomendadas:
1. Flexibilização de jornada e adaptação de funções
Oferecer alternativas como jornada reduzida, horários flexíveis, troca de turnos ou até mesmo trabalho remoto, quando compatível com a função, contribui para a manutenção da saúde física e emocional da colaboradora.
2. Ampliação da licença maternidade e retorno planejado
A legislação brasileira garante no mínimo 120 dias de licença maternidade, mas empresas que aderem ao programa Empresa Cidadã podem oferecer até 180 dias de licença. Esse período mais longo favorece a recuperação da colaboradora e o vínculo com o bebê. Outro ponto importante é garantir a estabilidade no emprego e planejar um retorno gradual, evitando sobrecargas logo nos primeiros dias.
3. Espaço adequado para amamentação e pausas durante a jornada
De acordo com o artigo 396 da CLT, lactantes têm direito a dois intervalos diários de 30 minutos para amamentação até os 6 meses de idade do bebê, e esse prazo pode ser ampliado conforme recomendação médica. Para garantir esse direito, as empresas que têm pelo menos 30 colaboradoras devem oferecer um espaço exclusivo para amamentação. Uma sala adequada contribui para o bem-estar da mãe e do bebê, reduzindo o risco de desmame precoce.
4. Apoio psicológico e escuta ativa
A maternidade pode ser emocionalmente desafiadora. Ter canais de escuta qualificada, com atendimentos psicológicos, rodas de conversa ou programas de apoio emocional, ajuda a colaboradora a lidar com os desafios dessa fase e se sentir valorizada.
Esse acolhimento não é apenas um benefício: ele reduz índices de absenteísmo, melhora o clima organizacional e contribui para a retenção de talentos.
5. Políticas claras contra discriminação
Mesmo com os avanços legislativos, o preconceito contra mães ainda é uma realidade no ambiente corporativo. É papel da empresa estabelecer políticas claras contra qualquer tipo de discriminação relacionada à gravidez, maternidade ou retorno ao trabalho.
Essas diretrizes devem estar documentadas, ser amplamente divulgadas e acompanhadas de treinamentos para lideranças, reforçando a cultura de respeito, inclusão e equidade.
Como a Sercon pode apoiar sua empresa?
Com mais de 30 anos de experiência em Saúde e Segurança do Trabalho, a Sercon apoia empresas de diferentes segmentos na construção de ambientes mais seguros e acolhedores.
Nossa equipe técnica está preparada para orientar sua empresa na identificação e prevenção de riscos ocupacionais que impactam diretamente a saúde dos colaboradores, incluindo gestantes e lactantes.Oferecemos consultorias personalizadas em SST, treinamentos para lideranças, programas de saúde mental e diversas soluções que promovem bem-estar, produtividade e conformidade com a legislação. Conte com a Sercon para tornar o cuidado parte da cultura da sua empresa!
