Bigodes para combate ao câncer de próstata
Se em outubro as atenções se dirigem à saúde das mulheres, novembro vem para lembrar que os homens também precisam se preocupar com o assunto, principalmente com o diagnóstico e tratamento do câncer de próstata. Mas nem sempre foi assim, até que uma brincadeira entre amigos deu origem ao Novembro Azul, hoje lembrado em todo o mundo.
Em 2003, Travis Garone e Luke Slattery se reuniram em um bar australiano e tomaram uma decisão: deixar o bigode crescer para chamar atenção e conscientizar as pessoas sobre a saúde masculina. Inspirados pelas campanhas de combate ao câncer de mama, eles decidiram arrecadar fundos para a luta contra o câncer de próstata. A cada bigode, 10 dólares doados. Ao todo, 30 homens participaram neste primeiro ano e, em 2004, a ideia cresceu.
Novembro foi o mês escolhido por marcar a passagem do Dia Mundial do Combate ao Câncer de Próstata (17), e o movimento ficou conhecido como Movember (Moustache + November – bigode e novembro, em inglês). Os fundadores se aproximaram da Prostate Cancer Foundation of Australia, que recebeu as doações daquele ano. Dessa vez, 450 homens deixaram os bigodes crescer, arrecadando 54 mil dólares australianos. Espanha e Grã Bretanha se tornaram os primeiros parceiros internacionais, criando seus próprios Novembros Azuis.
Em 2006, foi dado o passo seguinte, com a criação da Movember Foundation. Pela primeira vez os fundadores passaram a se dedicar em tempo integral ao movimento, que se espalhou de vez pelo mundo. Só naquele ano foram arrecadados 9,3 milhões de dólares australianos, com 56.129 bigodes cultivados ao longo do mês.
No Brasil, os responsáveis por iniciar a campanha foram o Instituto Lado a Lado pela Vida e a Sociedade Brasileira de Urologia. O movimento ainda é menor que o Outubro Rosa, porém, vem crescendo ao longo dos anos. Milhares de atividades são realizadas pelo país e o Ministério da Saúde já tornou o Novembro Azul parte do calendário nacional de prevenções.
Porque se cuidar
Os dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca) mostram que o câncer de próstata é o segundo com maior incidência entre os homens do país, perdendo apenas para o câncer de pele não melanoma. É o sexto mais comum no mundo e o que mais afeta os homens, chegando a 10% do total de cânceres diagnosticados.
O Ministério da Saúde alerta para a dificuldade que os homens têm em cuidar da própria saúde, por temerem que suas preocupações sejam consideradas menos “masculinas”. Uma pesquisa feita pelo Ministério mostrou que 31% dos homens não têm o hábito de ir ao médico. Quando o fazem, é por influência da mulher ou filhos (em 70% dos casos).
A vantagem do tratamento preventivo é que um diagnóstico precoce da doença aumenta as chances de cura. Segundo o Portal da Urologia, o sucesso do tratamento chega a 90% quando o caso é detectado logo no início. Mas como esse tipo de câncer não apresenta sintomas em seu estado inicial, os homens devem fazer o exame de toque retal para identificá-lo. O recomendado é que os testes sejam realizados anualmente a partir dos 45 anos de idade. Negros e pessoas com histórico na família devem procurar seu médico para avaliar a necessidade de começar os testes antes.
O Hospital do Câncer de Barretos, referência no tratamento em todo o país, aponta que levar uma vida saudável é uma das formas de prevenir a doença. Manter uma dieta rica em frutas (principalmente o tomate), verduras, legumes, grãos e cereais integrais é importante. Realizar atividades físicas, manter o peso adequado à altura, não fumar e diminuir o consumo de álcool são outros fatores que contribuem para a prevenção.
Se quiser saber mais sobre o assunto, a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais disponibilizou um folder informativo. Clique aqui para acessá-lo.