Setembro Amarelo no ambiente organizacional
O mês virou e as organizações já começaram a falar sobre o Setembro Amarelo e colocaram o selinho da campanha nas redes sociais.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), estima-se que mais de 700 mil pessoas morrem por suicídio anualmente no mundo inteiro, sendo esta a quarta maior causa de morte de pessoas de 15 a 29 anos de idade. O número é estimado devido à subnotificação dos casos de mortes e lesões autoprovocadas.
Precisamos falar sobre o real papel das organizações na prevenção ao suicídio e o que isso tem a ver com a psicologia ocupacional. Porém, antes disso, vamos contextualizar a data e sua importância no calendário da saúde?
Setembro Amarelo
Setembro Amarelo é uma campanha recente, que entrou há poucos anos no calendário oficial da saúde do Brasil. Sua primeira iniciativa data de 2015, promovida pelo Centro de Valorização da Vida (CVV), importante instituição que atua na prevenção ao suicídio.
A conscientização é o que motiva a campanha e seu objetivo principal é trazer à tona o assunto – que ainda é um tabu para a sociedade – por meio do diálogo.
Parece simplório usar uma roupa amarela ou usar o laço da campanha na comunicação. Mas, quanto mais a iniciativa e o tema passarem a fazer parte do nosso dia a dia, mais as pessoas saberão interpretar os sinais e procurarão ajuda especializada para evitar o suicídio.
Psicologia ocupacional e o Setembro Amarelo
As mudanças que vêm ocorrendo nos ambientes de trabalho nos últimos anos são resultado de uma sociedade muito mais dinâmica. No entanto, o estímulo à competição e os altos níveis de cobrança nas organizações têm levado muitos colaboradores ao adoecimento físico e mental, com grande ocorrência de casos de burnout.
Depressão e ansiedade são doenças e sintomas cada vez mais comuns e podem agravar esses casos. Por isso, é importante que façamos uma pergunta: qual é o real papel da psicologia ocupacional nas organizações?
- Garantir o bem-estar do colaborador.
Ter saúde envolve também sentir-se acolhido no ambiente de trabalho. Se o trabalhador se sente confortável para falar sobre sua saúde mental e acredita que será respeitado e priorizado, ele conseguirá se abrir para receber ajuda profissional e tratamento, caso necessário.
- Melhorar o clima organizacional.
Os adoecimentos mentais são a terceira maior causa de afastamento do trabalho desde o início da última década, segundo o Ministério da Saúde. Cada profissional afastado gera uma tensão sobre as causas do adoecimento entre seus colegas. Se ele é diagnosticado e tratado antes que seja necessário o afastamento, essa tensão diminui, proporcionando um ambiente de trabalho mais saudável e gerando uma sensação de segurança nos demais colaboradores.
- Identificar os sinais do suicídio e tratá-los precocemente.
Na maioria das vezes, as pessoas passam mais tempo no trabalho do que com os seus familiares. Se um comportamento de risco é identificado por uma equipe especializada e qualificada, maiores são as chances de cuidar da saúde mental dos colaboradores e evitar o suicídio.
A empresa é parte da solução
Se o colaborador passa grande parte de seu dia em função do trabalho, a empresa pode e deve ser parte da solução, colocando em prática ações como:
- a abordagem do assunto por meio de palestras e orientações individuais;
- conversas sobre saúde mental;
- o acolhimento ao colaborador adoecido;
- a manutenção de rituais e ambientes de descompressão;
- e, principalmente, o respeito ao colaborador e às suas individualidades.
Todos os lados têm a ganhar com a promoção da saúde mental!