Diversidade e inclusão nas empresas: saiba por onde começar
No Dia Internacional da Síndrome de Down, a frase do dia é: diversidade e inclusão nas empresas.
Afinal, o que é diversificar e incluir? E por que essas duas palavras devem ser consideradas importantes nos espaços de trabalho?
Abaixo, explicamos para você algumas dúvidas em relação ao assunto e como o mercado de trabalho tem reagido diante da necessidade de, cada vez mais, promover espaços mais diversos e inclusivos.
O que é diversidade? E inclusão?
Imagine que você está assistindo a uma partida de futebol e percebe que o jogo não se desenvolve, o que impede que o seu time faça gols.
Ao tentar entender o que está acontecendo, descobre que o técnico escalou apenas jogadores que são da posição do meio de campo.
Seria estranho um time de 11 jogadores formados apenas por atletas que jogam nessa posição, certo?
Para que o jogo funcione e cumpra o seu propósito, é necessário diversificar a escolha dos jogadores e suas posições de atuação em campo.
Nesse sentido, a diversidade está relacionada à ideia de características que diferem as pessoas umas das outras, ou, como no exemplo que damos, baseada na habilidade que difere os jogadores uns dos outros.
É claro que, na vida em sociedade, o cenário é mais complexo, porque a diversidade das pessoas acontece de diferentes maneiras.
Mas, grosso modo, a diversidade e a inclusão estão relacionadas à ideia de entender e reconhecer as diferenças do outro.
Se eu diversifico, logo incluo?
Não necessariamente. Quando pensamos na ideia de diversidade relacionada a pessoas, precisamos levar em consideração a amplitude das diversidades possíveis.
Por exemplo, no local onde trabalhamos nem todas as pessoas têm o mesmo gênero, ou a mesma idade, etnia, religião, orientação sexual e origem socioeconômica e cultural.
Naturalmente, somos diversos, mas esse fato, infelizmente, não impede a exclusão de pessoas baseada em algum tipo de característica.
A inclusão, ainda usando o exemplo anterior, está relacionada à capacidade de fazer do ambiente de trabalho um espaço seguro e saudável para que todas as pessoas se sintam valorizadas por suas qualidades.
A importância da diversidade e da inclusão nas empresas
Imagine se, em uma entrevista de emprego, os candidatos fossem avaliados com base nas qualidades intelectuais que não possuem.
Lembra que falamos anteriormente que diversificar nem sempre é incluir?
Esse cenário de exclusão no trabalho baseado na avaliação de qualidades intelectuais que uma determinada pessoa não tem é ainda bastante comum, por exemplo, para pessoas com algum tipo de deficiência (PcD).
Algumas empresas ainda cometem o erro de duvidar da capacidade e do potencial de pessoas com síndrome de Down, por exemplo.
Isso acontece porque a avaliação feita pelo mercado de trabalho em quem tem a síndrome se baseia nas limitações intelectuais, e não nas potencialidades.
Essa percepção equivocada impede que as empresas promovam a diversidade e a inclusão em seus espaços de trabalho.
O cenário fica evidente com a Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) de 2020, feita na cidade de Campinas.
No relatório, as pessoas com deficiência intelectual que têm vínculos trabalhistas são 14,19% – um número baixo se comparado às outras deficiências: física 43,84%, auditiva 15,64% e visual 15,05%.
Fique ligado nestes três aspectos positivos sobre diversidade e inclusão:
- Quando uma organização tem uma mistura de perspectivas e experiências diferentes, há mais oportunidades para ideias novas e diferentes. Isto é, a diversidade pode levar a um aumento da criatividade e da inovação nos espaços de trabalho.
- A diversidade e a inclusão nas empresas criam um ambiente de satisfação dos funcionários e de retenção de talentos. Quando os funcionários se sentem valorizados e respeitados, são mais propensos a permanecer na empresa e trabalhar de forma mais produtiva.
- Ao fazer da diversidade e da inclusão uma política organizacional e cultural da instituição, gestores promovem também impactos positivos na reputação da empresa, o que pode refletir nos resultados financeiros.
Lei de cotas
Desde 1991, o Brasil conta com uma lei específica, a Lei de Cotas, que determina às empresas a destinação de parte de suas vagas de emprego a pessoas com algum tipo de deficiência.
No entanto, não existem números específicos sobre a inclusão de pessoas com síndrome de Down no mercado de trabalho. No Brasil, o Censo não diferencia essa deficiência de outras.
Mas a falta de dados não impede que as empresas promovam a diversidade e a inclusão em seus espaços de trabalho e destinem ações para a contratação de pessoas com síndrome de Down.
Neste 21 de março, Dia Internacional da Síndrome de Down, a informação mais importante que você precisa saber, portanto, é: pessoas com a síndrome de Down têm muito mais em comum comigo, com você e com o resto da população do que diferenças.
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