Cuidados para evitar a perda auditiva no ambiente de trabalho
Em 2022, a OMS lançou o Relatório mundial sobre audição para reforçar a importância de adotar medidas preventivas contra a perda auditiva. Já a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), lançada em 2019, afirma que 1,1% da população brasileira — o que corresponde a 2,3 milhões de pessoas — apresenta algum tipo de dificuldade para ouvir ou surdez total.
Música no fone de ouvido, buzinas no trânsito, conversas no trabalho e outros sons fazem parte do nosso cotidiano. Porém, o longo período de exposição a esses estímulos é considerado um dos principais vilões da audição. Além disso, existem doenças que também provocam danos irreversíveis caso não recebam tratamento adequado.
Já no ambiente de trabalho, existem outros fatores que causam a perda auditiva, como substâncias químicas, calor, vibração e, o mais comum, ruídos — este último, também conhecido como perda auditiva induzida por ruído (PAIR).
O que causa a perda auditiva?
Ao serem expostas por longo prazo a ruídos acima de 85 decibéis (dB), as células sensoriais do ouvido são danificadas, impedindo a transmissão do som. Esse processo é chamado de perda neurossensorial (CID 10 – H 83.3) e provoca uma lesão no ouvido interno, de forma bilateral, progressiva e irreversível.
Como o nível máximo de ruído para um jornada de trabalho de 8 horas é de 85 decibéis, trabalhadores das áreas de segurança, construção, agricultura, educação e odontologia, dentre outros que são expostos a sons mais altos, são os mais afetados.Por sua vez, o longo período de manuseio de produtos químicos representa um risco de perda auditiva 2,15 vezes maior do que os ruídos, aumentando o nível de periculosidade aos trabalhadores de indústrias químicas e postos de combustíveis, por exemplo.
Conheça diferentes níveis de ruído
Você sabia que os ruídos são medidos por meio de uma escala logarítmica? Funciona assim: ao aumentar um som em dez decibéis (dB), sua intensidade será aumentada em dez vezes — e seu ruído será percebido duas vezes mais.
Por exemplo:
20 dB = 100 vezes a intensidade de 0 dB = som 4 vezes mais alto
Quadro – Medição de ruído
30 dB: um sussurro
60 dB: conversa normal, máquina de costura ou máquina de escrever
90 dB: cortador de grama ou trânsito de caminhões
100 dB: motosserra ou britadeira
115 dB: show ou buzina de automóvel
140 dB: disparo de arma de fogo ou motor de avião a jato
Na Norma Regulamentadora n.º 15 (NR-15) é possível encontrar os limites de tolerância e orientações para garantir a segurança de trabalhadores cujas atividades são consideradas insalubres. Além da perda auditiva, o excesso de ruídos no ambiente de trabalho afeta a saúde mental, provocando depressão, estresse, dificuldade de concentração e fadiga.
Como posso prevenir a perda auditiva no ambiente de trabalho?
A Norma Regulamentadora n.º 9 (NR-9) orienta as empresas na criação de um Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA) para auxiliar na identificação e na implementação de medidas de prevenção na empresa. Além disso, há também o Programa de Conservação Auditiva (PCA), definido pela Norma Regulamentadora n.º 7 (NR-7), que também facilita a avaliação da saúde dos trabalhadores.
Para garantir mais qualidade de vida, bem-estar e a saúde auditiva dos colaboradores, é importante que a empresa adote algumas providências para assegurar a segurança no ambiente de trabalho, como:
• informar a equipe sobre a importância do uso dos EPIs para evitar quaisquer danos à audição;
• orientar sobre o tempo limite de exposição a fontes de ruído ou elementos químicos;
• preferir equipamentos e ferramentas que gerem menor nível de ruído;
• realizar a manutenção preventiva dos equipamentos para evitar rangidos e ruídos, bem como outros riscos;
• evitar o uso de máquinas que provoquem ruídos durante o expediente;
• estabelecer um espaço com isolamento acústico onde os colaboradores possam permanecer antes e depois da exposição a fontes de ruídos ocupacionais.
Audiometria ocupacional: o que é e quando fazer
A audiometria é um exame realizado por um fonoaudiólogo que avalia a capacidade auditiva do paciente. O procedimento é feito dentro de uma cabine acústica, com o uso de um otoscópio e de um audiômetro (fone de ouvido e vibrador ósseo), de forma simples e indolor. É recomendado a pessoas com sintomas de perda de audição ou que desempenham atividades em ambientes ruidosos, por exemplo.
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