De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os homens brasileiros têm expectativa de vida de 71,3 anos, ao passo que a média registrada entre mulheres é de 78,6. Uma das razões para essa discrepância, além da violência a que os homens estão submetidos, é a falta de cuidados médicos preventivos.
Para o coordenador da Área Técnica de Saúde do Homem do Ministério da Saúde, Eduardo Schwarz, é comum homens só recorrerem a auxílio médico quando uma das mulheres presentes em sua vida – mãe, esposa, filha – o incentivam. A campanha Novembro Azul chega, portanto, com o intuito de que os homens sejam mais independentes e proativos nos cuidados com a própria saúde. Após os 40 anos, os principais fatores de mortalidade para homens são os acidentes vasculares cerebrais, infartos e câncer de próstata. A doença chega a acometer um a cada seis homens no Brasil.
Câncer de próstata
A doença faz com que as células prostáticas sofram modificações moleculares e se multipliquem descontroladamente, podendo atingir outros órgãos, como bexiga e reto, dentre outros. Em geral, o crescimento desenfreado das células ocorre lentamente e de forma assintomática. Já com o crescimento do tumor, é possível que o indivíduo apresente sintomas urinários obstrutivos, como diminuição do jato urinário e gotejamento. Isso ocorre em função do estrangulamento da uretra.
O câncer de próstata é originado por desequilíbrios genéticos e todos os homens apresentam risco potencial de desenvolver a doença –quanto mais idoso, maior a chance de desenvolver a doença. Segundo informações da Sociedade Brasileira de Urologia, alguns grupos apresentam maior risco, dentre eles indivíduos com parentes de primeiro grau que tiveram a doença e homens negros. Pesquisadores da Universidade de Oxford, nos Estados Unidos, afirmam que ainda não é possível saber por que negros são mais suscetíveis ao câncer de próstata, mas estudos apontam fatores hormonais como responsáveis.
Diagnóstico
Por se tratar de uma doença cujos sintomas se manifestam tardiamente, sugere-se que homens a partir de 45 ou 50 anos – a depender do histórico familiar – sejam avaliados, por meio do toque retal e de exames de sangue, que devem ser realizados anualmente. O toque dura no máximo 20 segundos e não pode ser substituído pelo exame de sangue. É um procedimento simples, que salva vidas.