Sarampo: sintomas, vacinação e fake news

12 de novembro de 2019

O Brasil conseguiu bater a meta de vacinação de sarampo para 2019. De acordo com o Ministério da Saúde, 95% das crianças com até um ano de idade foram imunizadas, sendo que 14 estados já superaram esse índice. Os números são uma importante resposta ao surto ocorrido em São Paulo, que registrou 10.620 novos casos este ano – sendo 56,6% apenas na capital –, com 13 mortos.

Além disso, o governo levantou o registro vacinal de mais de 6,5 milhões de crianças, de seis meses a cinco anos, para fazer uma análise mais detalhada. A lista apresenta o número de doses aplicadas da tríplice viral, que protege contra sarampo, rubéola e caxumba, para que os gestores municipais possam atuar de forma mais direta na busca daquelas com o calendário vacinal incompleto. “Com a estratégia da busca ativa, os municípios terão fôlego para organizar e implantar ações de imunização a quem mais precisa”, destacou o secretário de Atenção Primária à Saúde, Erno Harzheim, em coletiva realizada no dia 29 de outubro.

Sintomas e transmissão

O sarampo é causado por um vírus altamente contagioso. Segundo o Médico sem Fronteiras, 90% das pessoas não imunes que compartilham espaços com pessoas contaminadas contraem a doença. A transmissão é feita pelo contato com gotículas do nariz, boca ou garganta, a partir da tosse, do espirro, da respiração ou do contato próximo com alguém contaminado.

Os sintomas se manifestam entre 10 e 14 dias após a exposição ao vírus e, geralmente, começa com manchas vermelhas no rosto, que se espalham para o resto do corpo. Também envolve tosse, coriza, erupções cutâneas, infecção nos olhos, febre alta e um mal-estar intenso.

Em casos mais severos, pode deixar sequelas por toda a vida ou levar o paciente a óbito. As crianças são as mais afetadas, podendo sofrer com pneumonia, otite média aguda e encefatlite aguda – que podem ocasionar a morte da pessoa. Nos adultos, o mais comum é a doença evoluir para uma pneumonia.

Além disso, dois estudos recentes publicados nas revistas Science e Science Immunology analisam como o sarampo pode afetar os pacientes até mesmo depois de eles serem curados. Segundo os pesquisadores, o vírus destrói de 11% a 73% dos anticorpos, deixando o organismo vulnerável a outras infecções. Isso vale, inclusive, para as doenças contra as quais a pessoa já havia sido vacinada, como gripe e poliomielite. “O sarampo é como os primeiros 10 anos de uma infecção por HIV não tratada, comprimida em poucas semanas. Essa é a dimensão do dano à memória imunológica”, explica o pesquisador Michael Mina em entrevista à BBC.

Essa imunidade pode ser recuperada em alguns anos, mas o paciente precisa ser exposto aos vírus e bactérias causadoras da doença. Ou seja, é necessário se imunizar novamente para não correr riscos. A pesquisa, por outro lado, mostrou que a vacina não gera esses efeitos. Isso significa que ela é segura, protegendo a pessoa sem prejudicar o organismo.

Tratamento para sarampo

Não há nenhum método recomendado para tratar o sarampo. Os medicamentos são usados para reduzir o desconforto dos pacientes com os sintomas e devem ser todos recomendados por um médico.

Importância da vacinação

A melhor forma de evitar uma doença infecciosa, como o sarampo, é pela vacinação. Não se trata de um simples cuidado com a saúde, mas um compromisso coletivo capaz de gerar impactos em toda a população. Quando alguém escolhe não se imunizar, coloca em risco outros ao seu redor. E, independente do motivo, os direitos individuais não podem sobrepor-se ao direito coletivo.

Em entrevista para a BBC, a presidente da Comissão de Direitos da Criança e do Adolescente da OAB-RJ, Silvana Moreira, explica que os pais ou guardiões que não levam os filhos para a vacinação estão cometendo atos ilegais. “Descumprir o calendário de vacinação infantil pode ser entendido como falta de cuidado e negligência dos responsáveis sobre os menores. Isso pode acarretar na perda do poder familiar”, diz. As punições podem gerar desde multas até a perda da guarda dos filhos.

O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece a imunização de forma gratuita, em todos os postos de saúde. Ao ser aplicada, a vacina insere o vírus do sarampo inativo no organismo, fazendo com que o sistema imunológico reaja a essa presença estranha e produza anticorpos para combatê-la, que passarão a fazer parte da memória do corpo e circularão de forma permanente para combater possíveis novas infecções.

Quando vacinar?

Os critérios de vacinação são revisados periodicamente pelo Ministério da Saúde e levam em consideração, principalmente, a idade e a ocorrência de surtos, além de outros aspectos epidemiológicos.

Crianças

  • Dose zero: entre seis meses e um ano de vida. É uma dose extra, devido ao aumento dos casos de sarampo no mundo.
  • Primeira dose: crianças que completaram um ano (12 meses).
  • Segunda dose: dada aos 15 meses, sendo a última dose em toda a vida.

Adultos

  • Se tomou só uma dose até os 29 anos: recomenda-se completar o cartão de vacinas com a segunda dose.
  • Não tomou nenhuma dose ou perdeu o cartão: se a pessoa tem de 1 a 29 anos, são necessárias duas doses da vacina. De 30 a 49 anos, apenas uma.

Imunização x Fake news

Por uma série de motivos, tem crescido o número de pessoas resistentes à vacinação. A difusão de informações falsas e sem embasamento científico nas redes sociais têm diminuído os índices de cobertura vacinal, além de trazer de volta doenças já eliminadas do cenário nacional – como o sarampo, em 2018.

Mesmo com alguns efeitos adversos, como reações locais leves, os benefícios das vacinas são muito maioores do que os malefícios. Seu uso permitiu, por exemplo, erradicar doenças que eram endêmicas no Brasil no início do século XX, como a poliomielite e a varíola. E tudo isso é fruto do trabalho desenvolvido pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI), nos seus 46 anos de existência.

Nesse cenário, as campanhas de conscientização se tornaram ainda mais importantes. O próprio Ministério da Saúde possui dois canais exclusivos para fazer checagem de informações virais sobre a área:

  • WhatsApp: o governo federal disponibilizou o número (61) 99289-4640 para quem deseja enviar mensagens recebidas nas redes sociais. Elas serão apuradas pela equipe do Ministério da Saúde e respondidas oficialmente para mostrar se são reais ou fakes. Ou seja, se você recebeu uma mensagem e não sabe se é verdade ou mentira, pegue seu celular e confirme com a equipe do ministério.
  • Site: as mais de 11 mil dúvidas solucionadas nos últimos meses, com 104 fake news catalogadas, então disponíveis neste site. Nele é possível ver, por exemplo, que o aspartame não causa esclerose múltipla e que alguns banners da campanha de reforço da vacinação são falsos.

Saúde dos funcionários

Apesar de não ser uma obrigação da empresa, garantir que o cartão de vacina dos funcionários está em dia é um investimento no bem-estar coletivo. Se você deseja saber mais sobre o assunto ou precisa de uma consultoria especializada em gestão de Segurança e Saúde do Trabalho, solicite um orçamento para a Sercon. Nossa equipe está pronta para oferecer a melhor solução para a sua empresa e orientar sobre o que deve ser feito para a elaboração de um bom estudo epidemiológico.

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